Antes de ser atingida pela doença neurológica que fez de mim cadeirante, eu costumava andar pelas cercanias do apartamento onde morava, passava sempre por uma feira de filhotes de cachorros, quando eles me olhavam com simpatia e esperança estampadas nas carinhas fofas.
E eu prometia a mim mesma que um dia levaria um daqueles.
Quando já cadeirante, fui àquela mesma feira e, de repente, me dei conta de que como sonhara um dia, eu estava ali para levar um “daqueles”.
Circulei entre as gaiolinhas com filhotes e um deles me atraiu: era um boxer de dois meses de idade. Como qualquer filhote, ele era muito fofinho. Não me perdia de vista, sempre com aquela expressão de – “me leva pra sua casa”...
Talvez por isso o Léo tenha sido tão especial.