PÁGINAS INDEPENDENTES

28 de ago. de 2012

EU, HEIN ?!?!?!

No início da adolescência, eu gostava de ir à casa vizinha, onde morava um casal muito simpático e seus dois filhos adolescentes. Lá se encontravam, sempre, mais um casal amigo (com um filho bem pequeno) e mais dois casais que iam sem os filhos. Às vezes, minha mãe e/ou minha irmã também iam. Isso era um bom programa numa cidade pequena, especialmente para mim, pois meus pais ‘marcavam em cima’...
Num desses encontros, em que minha mãe ficara em casa, os adultos decidiram fazer a BRINCADEIRA DO COPO e eu participei... 
Aos 13 anos de idade e um tanto cética nesses assuntos, pus o dedo sobre o copo e acompanhei: copo vai, copo vem e o espírito ali presente(??) formou a palavra PASTEL... e pastel nos fora servido como petisco, naquela noite.


Será que espírito sente fome? 

Ou será que ele queria contar que já estava ali antes mesmo de ser invocado? 

Ou alguém estaria direcionando o copo?


Sem ter tido nenhuma sensação incomum, voltei para casa cheia de dúvidas e pedi uma explicação do fato ocorrido. Em vez da explicação, ouvi uma bronca:
-“Você não podia ter brincado com isso... é pecado!”
- Por que?
Esta última pergunta, ficou sem resposta e recebi apenas um olhar fulminante.
Fui dormir com a sensação de ter cometido um crime, mas... qual crime?????????

A tal BRINCADEIRA DO COPO me pareceu um simples passatempo. 
Hoje eu sei que é mais complexo do que uma simples brincadeira e pode trazer algumas consequências. 
Não considero pecado.
O fato é que não se falou mais no assunto e nunca mais tive oportunidade de brincar daquilo. Nunca mais houve reuniões na casa da vizinha... acho que ela também levou uma bronca;-)))

24 de ago. de 2012

A HISTÓRIA DA JANELA



Alguns detalhes da minha casa retratam emoções importantes que vivi.



Hoje vou falar de uma janela que se abre da minha cozinha para a copa/varanda e a cada dia deixa entrar um pedacinho de vida na minha alma.
A personagem principal é uma grande amiga (já falecida), cujo nome aqui será Cherry.
Vou narrar-lhes a história da janela.
Na casa da Cherry havia um janela lindíssima, que se abria da cozinha para a copa. Aquela janela fora comprada numa demolição e restaurada e sobre o parapeito da janela havia um galo (artesanato????) perfeito e em tamanho natural. Sempre achei aquilo tão rural... tão charmoso em contraste com uma cozinha tão urbana! Quando fui atingida pela doença neurológica, Cherry foi me visitar e conversamos sobre a necessidade de construir esta casa. Ela falou que tinha mais uma janela de demolição pra mim... ;-) Na planta desta casa, foi assinalada a abertura para aquela janela e eu fiquei mais animada... no momento certo, eu só teria que mandar o arquiteto lá na casa dela, para que se decidisse sobre a restauração.Mas... Cherry ficou doente (muito doente mesmo!), antes que chegasse o momento certo. Então, percebi que aquele seria o momento certo para abrir mão da restauração e comprei uma janela nova.
Depois disso, nunca mais pude conversar com Cherry...
Da cozinha pra copa
Da copa pra cozinha
Cherry se foi e deixou um vazio em mim... 
Um buraco bem maior do que aquele que foi possível fechar com uma janela.




20 de ago. de 2012

A PORTA DO QUARTO


É sabido que passei grande parte da minha infância “na fazenda”, e até hoje sou maravilhada com tudo que eu via por lá.
O que nem eu sabia, era que meu ladinho estilo ‘arquiteta/romântica’ nasceu em mim naquela época.
A casa em que eu morava era bastante confortável e sempre tive um grande carinho por aquele espaço onde eu me sentia segura e protegida.

Mas, do outro lado da “estradinha” havia os meus primos (meus melhores amigos de infância). Eu achava simplesmente maravilhosa a casa em que eles moravam: heras trepadeiras a envolviam externamente, em um dos lados... ali havia portas que abriam para o quintal na sala de jantar e num quarto de hóspedes ao fundo; os outros três lados eram guarnecidos pelo “terração” por onde se entrava na casa pela sala de estar; o “terracinho”, que dava acesso à cozinha; e, o “terracinho vermelho”, uma continuação do “terração”, e no qual se abria uma porta para o quarto da “tia”. Saindo do terração, havia um gramado imenso e flores de montão.

Toda aquela grandiosidade mexia com minha imaginação infantil... mas, havia algo que nunca consegui aceitar nem entender: adentrando o quarto da tia pelo corredor interno da casa via-se um móvel obstaculizando a passagem por aquela porta... e o quarto era sempre escuro, pois a janela que se abria para o “terração” estava sempre fechada. Aquele quarto era a antítese do meu sonho de menina: um quarto tão desagradável numa casa tão agradável!

Há 15 anos construí uma casa e nela quero terminar meus dias.


Hoje, no meu quarto há uma porta/janela sempre aberta para um terraço interno, enfeitado de plantas e flores... sempre aberta, deixando "a luz do sol entrar"!

18 de ago. de 2012

A Saúde Mental do Cavalo de Equoterapia


Informações obtidas em http://equitacaoespecial.blogspot.com.br/2012_04_01_archive.html onde se pode ler o artigo inteiro... considere-o de grande utilidade, pois um amigo me alertou:

       "CUIDADO!!! A PACIÊNCIA DO BICHO TEM UM LIMITE... "

"Obrigados a permanente estabulação nos centros de equoterapia, o aborrecimento provocado pela ociosidade é péssimo companheiro e acaba provocando danos ao comportamento psíquico do animal. As mudanças psicológicas que podem acometer os cavalos confinados ocorrem principalmente com o aparecimento dos vícios. Por isso, a avaliação da saúde mental deve ser feita diariamente pelo responsável mais direto, observando a freqüência e a intensidade com que os vícios ocorrem. Os principais vícios que podem ocorrer com os estabulados e que são sintomas de distúrbios comportamentais são a aerofagia (engolir ar), coprofagia (comer fezes), morder as paredes divisórias ou cochos, irritabilidade excessiva, birra de urso (movimento pendular do pescoço e da cabeça), má vontade de trabalhar e, eventualmente, maior agressividade."
.........

OBS: "Meu" Bill tem boa índole (vejo no olhar dele). Por outro lado, percebe-se que ele foi muito bem domado.
Contudo, nos últimos meses, tenho obervado alguns distúrbios comportamentais a atacá-lo... não sei o está havendo, mas acredito que
QUEM DÁ MUITO, PRECISA RECEBER MUITO.


16 de ago. de 2012

CONDUTORES DE SONHOS



       Tenho praticado equoterapia semanalmente.
Sou apaixonada por esse tipo de terapia, pois sempre fui apaixonada por cavalos.
Tem sido gratificante imaginar que estou andando a cavalo, quando na verdade eu sei que, literalmente, é o cavalo que, pacientemente, anda comigo em cima dele, sendo conduzido por um “auxiliar”, cuja responsabilidade é grandiosa.
Acredito que aqueles rapazes nem imaginem quanto seu trabalho é importante...
Certa vez, cheguei um pouco mais cedo e vi um deles exercitando o cavalo... e lá ia o “meu” Bill garboso... andando a trote, narinas ao vento, sendo cavalgado de verdade.
Nem parecia o mesmo cavalo que, obediente e humilde, aceita caminhar andando a passos lentos e cabeça abaixada, obediente ao comando de quem o montava e, poucos minutos depois, puxava-o, segurando-o pela rédea rente ao queixo e andando ao seu lado, cumprindo a difícil e entediante tarefa de conduzir um animal grande e forte, enquanto uma  pessoa “especial” é carregada por este mesmo animal.







Com este post, homenageio toda a equipe do INSTITUTO ANDALUZ  que, usando um espaço cedido pela SOCIEDADE HÍPICA PARANAENSE, tão bem sabem utilizar e respeitar as características instintivas do animal tremendamente forte e sensível, que é o CAVALO, em benefício do SER HUMANO, pois ali tenho acompanhado a evolução física e psicológica de muitas crianças... além da minha (que já passei pela infância, há muito tempo ;-)... 

SEMPRE É TEMPO DE APRENDER A "FAZER DE CONTA" E REALIZAR VELHOS SONHOS!

13 de ago. de 2012

BLOGAGEM COLETIVA - VEGETARIANISMO E VEGANISMO.

VEGETARIANA é a pessoa que não come carne.
VEGANA é a pessoa que não come carne e nenhum produto de origem animal, como ovo e derivados de leite.




O tema proposto nesta BLOGAGEM COLETIVA leva-me a fazer uma digressão para justificar minha posição neste tema que é bastante amplo e chega a ser polêmico, pois passa por questões de formação pessoal. Não pretendo convencer ninguém, só quero externar minha opinião fundamentada.
Fui criada numa fazenda, onde havia uma escola rural. Assim, tal como meus familiares, os professores que ali trabalhavam enfatizavam a categoria à qual cada animal pertence e como se deve percebê-lo.
Há os animais de estimação (pets-os amigos de estimação, que podemos levar conosco e dar um nome...), há os animais silvícolas, entre eles os pássaros (aqueles devemos deixar viver  em paz, conforme as leis da natureza e, há os animais que podemos comer... a expressão pode chocar, ainda mais partindo de alguém que respeita os animais.                                         

EU OS RESPEITO, E MUITO!!! 

Acho que o respeito está em como criar e em como matar o gado, pois acredito firmemente que este mundo, incluindo os animais, foi feito para os homens: “Deus os abençoou: Crescei e multiplicai-vos. Enchei a Terra e submetei-a*. Dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todos os animais que se arrastam sobre a terra” (Gênesis I, 28 – BÍBLIA SAGRADA).
*Submeter a terra... é um poder que foi dado ao SER HUMANO (assim como um pai dá um bem a seus filhos). 
Mas os filhos de Deus NÃO PODEM abusar desse poder sob pena de sofrerem as consequências.      
Basta vislumbrar que, nos primórdios da História, o homem precisava caçar para comer e sobreviver e, então, essa prática era legal e moralmente aceita. Atualmente, tal prática é desnecessária no mundo civilizado e, por isto, considerada ilegal ou imoral... assim,  devemos deixar os animais selvagens em paz e respeitar a cadeia alimentar que mantém o equilíbrio da natureza... e já estamos vivendo numa natureza desequilibrada, onde os animais selvagens invadem áreas urbanas em busca de alimentos, por falta de presas na florestas... e os humanos continuam comendo carne de caça em restaurantes "chiques"...
Basicamente, acho que podemos comer carne bovina, suína, ovina e caprina, além de frango e peixe (criados e abatidos dentro de critérios admissíveis pelo senso comum).
Aqui cabe mais uma digressão: Na fazenda onde fui criada, eu via grandes placas espalhadas onde se lia claramente: “É PROIBIDO CAÇAR NA FAZENDA”, e lá havia tatu, capivara, jacaré e outras caças...

Quando alguma pessoa é adepta do vegetarianismo por questão de bem estar físico, acho super válido, pois é sabido que a ingestão de carne “vermelha” acarreta dificuldades no processo digestivo. Respeito, ainda, a motivação doutrinária religiosa.
Por outro lado, acredito que se comer carne fosse contrario às Leis da Criação, não haveria animais que são carnívoros por instinto... e mais, o ser humano toma o leite da mãe por instinto natural e inconsciente.
Tenho muito carinho e respeito pelos animais, mas não me sinto desrespeitando-os por comer carne ou qualquer outro alimento de origem animal.
Acho que ações de desrespeito (abuso do poder que foi dado à humanidade...) aos animais são:
- Os rodeios, onde os touros são usados como se fossem animais de montaria, apenas para satisfazer a vaidade dos peões;
- As touradas, onde animais são irritados à exaustão ou torturados até a morte, apenas para deleite de humanos;
- Animas abatidos de forma cruel, mesmo quando em frigoríficos legais;
- Animais maltratados em nome da ciência e da tecnologia;
- Feras enjauladas, exibidas como atração em circos e zoológicos;
- Caçadas...;
- Pássaros presos em gaiola; e...
Eu poderia citar outras tantas situações de desrespeito aos animais, mas este não é o foco proposto aqui.

Em síntese, não sou vegetariana e nem vegana... mas defendo a integridade física dos animais até à morte... deles e minha.

Como nominaríamos aquelas pessoas que respeitam os animais e não gostam de vê-los desrespeitados, mas come carne daqueles animais que foram criados por Deus para nos alimentar??? Pertenço a este grupo.


11 de ago. de 2012

GRANDE E BONZINHO


O Pai do Céu dá a vida e o pai na terra semeia a mesma vida... e torna-se responsável por ela.
Assim, lembro-me do meu pai... o semeador responsável pela minha vida... aquele homem grande e bonzinho, MEU HERÓI, MEU BANDIDO- assim diz a música e a frase abrange tudo que a figura de um pai é... ou, como no caso do meu pai... foi.
As pessoas que amamos não morrem. 
Elas apenas se vão antes de nós.

E deixam boas lembranças, como segurar na mão daquele homem grande e bonzinho, sempre presente.
E, posso dizer com segurança, o que li no livro  “Feliz Ano Velho”, de Marcelo Rubens Paiva: 



NÃO TIVE UM BERÇO DE OURO, MAS TIVE UM BERÇO.

1 de ago. de 2012

VOLTANDO À TONA

Conforme anunciei no último post, neste final de semana fiz uma viagem à cidade onde passei pela adolescência... viajei até lá visando preencher uma espécie de lacuna e "mergulhei" bem fundo!

No sábado, participei da "Feijoada Solidária" organizada com a colaboração da TURMA DE APUKA (grupo do facebook no qual fui incluída...)... Agora sinto-me parte daquela que poderia ter sido a minha TCHURMA, há quase meio século.

O hotel no qual me hospedei não é adaptado formalmente para cadeirantes, mas eu percebi que poderia se acessível e me adaptei a ele.
Tive a ajuda da Regiani, amiga e companheira de viagem que, usando o carro do pai dela, me levou a um local especialíssimo: O COLÉGIO ESTADUAL NILO CAIRO, onde cursei o então chamado ginásio (correspondente hoje aos 4 últimos anos do Primeiro Grau, está SEXagenario, assim como eu...
E, como eu, ganhou uma "órtese"... mas nossa essência continua a mesma.

A cidade pareceu sorrir pra mim...
Céu azul, vento suave, novas e modernas  construções e flores mil;-)
O pequeno prédio que abrigava a loja dos meus pais estava lá, mas cada casa onde morei foi demolida e em seus lugares foram erguidas construções que abrigam espaços comerciais.





O quase novo edifício de apartamentos onde parentes meus moraram continua lá: firme, forte, artisticamente utilizado e muito bem localizado.
Circulei pelo centro da cidade, com a necessária tranquilidade, gozando do respeito de administradores e cidadãos.
O antigo cine Fênix, point da cidade nos idos anos '60, foi transformado no TEATRO FÊNIX.
A Igreja Matriz inacabada no meio da praça, transformou-se numa bela e rica CATEDRAL, que eu pude visitar internamente, graças a recém-construídas rampas que a fazem acessível a todos.
Numa esquina onde não havia nada relevante, agora há um shopping center. Ali eu e algumas das companheiras de excursão, almoçamos alegremente.
Ali desfrutei de uma comidinha chinesa "no capricho"... de uma vista lindíssima... de banheiros corretamente acessíveis e maravilhosamente decorados, numa atitude respeitosa a quem é... especial.
Findo o almoço, sentamo-nos um pouco na praça...
Em seguida, caminhamos até o ponto onde éramos esperados pelo ônibus que nos trouxe de volta. No caminho fotografei-me, tendo como cenário a igreja que me viu casar onde, novamente, despedi-me da adolescência mais uma vez... dessa vez com o testemunho do céu azul...

Quando saíamos da cidade, o ônibus parou e foi "invadido" por amigas bem humoradas...

No final do domingo, voltei à tona depois de um mergulho "intenso" e trouxe comigo uma saudade/lembrança boa daquela "tchurma" e daquela cidade... 

Não existe mais "lacuna" !