(Do Livro "O Profeta" - Kalil Gibran)
Vossos filhos não são vossos filhos.
São os filhos e as filhas da ânsia da vida por si mesma.
Vêm através de vós, mas não de vós.
E embora vivam convosco, não vos pertencem.
Podeis outorgar-lhes vosso amor, mas não vossos pensamentos,
Porque eles têm seus próprios pensamentos.
Podeis abrigar seus corpos, mas não suas almas;
Pois suas almas moram na mansão do amanhã,
Que vós não podeis visitar nem mesmo em sonho.
Podeis esforçar-vos por ser como eles, mas não procureis fazê-los como vós,
Porque a vida não anda para trás e não se demora com os dias passados.
Vós sois os arcos dos quais vossos filhos são arremessados como flechas vivas.
Que vosso encurvamento na mão do arqueiro seja vossa alegria:
Pois assim como ele ama a flecha que voa,
Ama também o arco que permanece estável.
Ama também o arco que permanece estável.
Há pouco, assisti uma entrevista, na qual o entrevistado reportou-se à série “Anos Dourados” e senti-me privilegiada por ter sobrevivido naquele tempo, embora eu não tenha vivido plenamente aquele tempo.
Nos anos 90, vi “meu tempo” refletido nos jovens que foram às ruas, com as “caras pintadas” de verde/amarelo, exigindo a saída do Presidente do Brasil... Sugeri ao meu filho mais novo (na época adolescente) que participasse... ele me olhou com estranheza e comentou que não tinha conhecimento político suficiente. E, simplesmente absteve-se de participar daquela manifestação política.
Nos anos 90, vi “meu tempo” refletido nos jovens que foram às ruas, com as “caras pintadas” de verde/amarelo, exigindo a saída do Presidente do Brasil... Sugeri ao meu filho mais novo (na época adolescente) que participasse... ele me olhou com estranheza e comentou que não tinha conhecimento político suficiente. E, simplesmente absteve-se de participar daquela manifestação política.
Num primeiro momento, senti frustração...
Depois senti uma pontinha de inveja daquele menino que sabia encarar a própria mãe e dizer NÃO.
Hoje eu considero que a resposta dele foi sensata.
Talvez eu quisesse ‘participar’ através dele e assim compensar minha alienação... minha incapacidade de, durante os anos da minha juventude, assumir uma postura própria diante da vida. Sinto que paguei um grande mico “Porque a vida não anda para trás...” (Gibran Kahlil Gibran)
Olá Jan, a princípio adoro Gibran e aproveito para agradecer a retribuição de visita que me fez e seguir também. Quando alguém segue seu blogue, é sinal de que gostou e isto é muito importante para o blogueiro, como você deve imaginar. Espero que os Lisérgicos lhe deixem realmente viciada. ahah.
ResponderExcluirO texto de Gibran com seu complemento pessoal ficou perfeito. Realmente, há muitos pais (e não são mal intencionados, sabemos disto, embora nos rebelamos) que querem fazer com que a gente faça o que eles não puderam, ou não quiseram e se arrependeram.
Em verdade, ninguém pode viver o sonho de outro, cada pessoa é única e alguns pais, por vezes, esquecem disto.
Pois é, Christian, o Gibran sempre acerta, tanto na maneira de escrever quanto na de filosofar.
ExcluirEssa coisa de querer que os filhos preencham as lacunas da própria vivência, é coisa quase instintiva de mãe;-) e algumas sequer se policiam...
Sou viciada em contos de boa qualidade... até os lisérgicos.
Bj Jan
Cada alma possui vida própria, ainda que os corpos queiram emaranhar-se.
ResponderExcluirBeijos!!
Curto e profundo, Leo.
ExcluirGostei!!!!
Bj Jan
Abençoados sejam aqueles que nos trazem e nos mostram o que é amor: incondicional,
ResponderExcluirBjkas Jan
Assim o sejam!
ExcluirVenha sempre, Alê.
Bj Jan
Como sempre, adorei o post.
ResponderExcluirEu, como sempre, adorei sua visita, menina bonita!
ExcluirBj Jan