Há 10 anos, escrevi um livro de poesia, que foi o único.
Guardei um exemplar do livro que entitulei EM VERSOS, o qual publiquei sob orientação da minha então consultora literária Teresina de Costa, hoje minha amiga Tere.
Ontem, reli o prefácio que é uma análise do livro... e de mim, já que descobri que meu foco sempre foi a Vida.
Transcrevo aqui aquele prefácio:
Partindo de um tema existencial onde faz um balanço do que vale, do que mais conta, do que faz sentido, Janice chega à conclusão de que, na vida humana, qualidade e dignidade são essenciais. No poema que abre o livro, ela diz textualmente:
“Não importa
vida longa.
Importa qualidade
e dignidade
no final.”
Encara a morte como consequência natural da vida.
“ Tive filhos,
plantei uma árvore,
escrevi um livro.
Morrer agora?
Não faz mal.”
A seriedade dos temas abordados não dá à obra um toque de melancolia. Pelo contrário, os versos são leves, sem preocupação com ritmo e rima. Versos que têm o tom casual e familiar de um bate-papo informal.
Levam a fina ironia e a inteligente conclusão de uma escritora e poeta que nos faz pensar. Como Com a motricidade corporal restringida, faz do computador um meio eficiente de comunicação com o mundo, Janice surpreende pela força de vontade e pela sabedoria com que enfrenta a vida.
Comparando-a a um animal feroz, diz que a vida só pode ser enfrentada com coragem:
“O bicho é bravo
quem o enfrentar
tem que lutar.”
Os poemas são curtos, concisos, sem colocações desnecessárias ou meramente ornamentais. Vai ao cerne da questão de forma direta e despojada. Diz o que pensa e a que veio, como em O PREÇO, quando fala em investir em conforto, em remédios e na vida:
"Investir na Vida,
a Vida não tem preço.”
Em COLORIDO, Janice é didática. Antes pergunta, define, esclarece. Depois surpreende o leitor dizendo-lhe que o ouro buscado na faixa de luz colorida está nele mesmo... basta que saiba procurá-lo e acreditar no que faz.
Tão poético e ao mesmo tempo tão real!
Quando fala nas crianças, não o faz como mãe ou como avó que é. Toma uma postura filosófica. Vê e analisa de cima e de fora.
“Só criança é inocente.
É gente superior à gente.”
Faz uma incursão por assuntos místicos, e neles, mais pergunta que responde. Coloca a Igreja sob o ponto de vista histórico e a fé como postura pessoal.
“ A fé?
Está viva, como eu.
Intermediários?
São humanos, como eu.”