A Etienne sugeriu e achei oportuno participar, pois estava mesmo querendo comentar o assunto.
Gosto de assistir o programa Saia
Justa, na GNT.
Pelo que pude entender da
dinâmica utilizada no programa, apresenta-se um(a) entrevistado(a) sobre
determinado assunto (numa tela de TV) e, em seguida, as quatro apresentadoras
discutem o tal assunto, e então surgem os mais diversos comentários...
Foi no programa de 04\09\2013 que
a entrevistada Leilane Neubach, discorreu sobre sua relação com seu carro, além
de peripécias automobilísticas, talvez de maior interesse jornalístico.
Entretanto, a relação pessoal com
o próprio carro foi o que mais me interessou, porque me identifiquei com o
assunto.
É que, durante a minha vida adulta (no
período pré-rodinhas) eu dirigi muito e conduzir o veículo sempre me deu uma
sensação boa de ser dona de mim mesma.
Houve uma época em que, por
questões financeiras, fiquei sem carro. Certo dia, eu tinha horário marcado num
médico e usei o carro do meu filho... ele me fez tantas recomendações que
fiquei irritada... cheguei ao consultório, onde o médico mostrou-se receptivo e
eu perguntei qual seria a razão daquela atitude de um rapaz a quem eu já conduzira
inúmeras vezes e que tantas vezes tomara meu carro emprestado.
O médico riu e disse:
-“Nada a ver com o modo como você dirige. Ocorre que para os
homens, o carro é quase um símbolo sexual e sentimos euforia ao adquiri-lo e,
também, um certo ciúme.”
Entendi MUITA coisa...
Já era o período pós-rodinhas quando adquiri um novo carro,
objetivando um pouco mais de liberdade e autonomia.
Depois de uns dois anos, refleti:
Mas, que autonomia é essa?????
Fui "empurrando com a barriga" ainda por algum tempo.
Contratei uma excelente motorista... mas ser obrigada a
sentar ao lado de alguém que dirigia (e bem...) o MEU carro provocava uma sensação muito
ruim.... um certo ciúme. Eu pagava IPVA, seguro anual particular, seguro obrigatório, combustível, etc e não tinha aquela sensação boa de dirgir...
Vendi o carro.
Bem, ao final da entrevista, Leilane disse uma frase que
está me fazendo refletir até hoje:
-“Quer me ver feliz é me dar alguma coisa que tenha roda e
motor.”
´
... Tenho uma cadeira-de-rodas motorizada...
Bem... embora eu tenha dificuldade de coordenação (o que dificulta o manejo do veículo)e ser cadeirante é um estigma, o veículo me garante um pequena autonomia.