Numa tarde, tudo estava calmo quando
entrei na casa, vindo do quintal. Na entrada da varanda envidraçada, vi uma
pequena ave ferida no chão, tão frágil e, ao mesmo tempo, tão corajosa.
A avezinha foi posta sobre um
muro, a salvo de alguns predadores. Dali, o frágil animalzinho sumiu...
Alguns dias
depois do episódio, escrevi um conto.
Enquanto eu escrevia, tudo foi ficando
claro: eu não preciso temer pelo meu futuro, pois sempre haverá uma mão forte e
cuidadosa para me pôr a salvo.
Acredito que a ajuda oferecida por Deus através
dos bichos possa estar na simplicidade de um pequeno passarinho caído em nosso
caminho.
A SUSTENTÁVEL FRAGILIDADE DA CRIATURA
Exibindo sua
brilhante plumagem, um beija flor, ao qual doravante chamaremos de Tiquinho, voava livre e feliz de
flor em flor, alimentando-se de néctar. Um dia, passeando por um jardim,
Tiquinho viu um porta aberta e entrou. Entre as paredes da casa, sentiu-se
preso. Quis sair.
Utilizando sua característica de parar em pleno
voo, ele observou com atenção e sagacidade aquela espécie de caverna onde havia
entrado e viu a luz do sol do outro lado. O sol era brilhante e parecia
chamá-lo.
Acionando toda a força de suas pequenas, velozes
e fortes asas, Tiquinho voou em direção à liberdade.
De repente:
Um forte estrondo interrompeu o voo de Tiquinho. A claridade
entrava por uma grande janela de vidro, que estava fechada!
Caído no chão, com o grande bico imóvel e com as asas esticadas
formando um ângulo de noventa graus com o pequenino corpo imóvel, dor e medo se
misturavam motivando os pensamentos que vagueavam desordenadamente dentro da
pequena e dolorida cabeça de Tiquinho:
—Aaii! Não consigo voar! Não consigo sequer mexer meu pequeno
corpo! Eu, que sempre me vangloriei de pertencer à única espécie animal que
pode voar sem precisar de equipamento. Posso também
voar para trás, para cima e para baixo e agora estou aqui estatelado no chão, à
mercê de predadores.
Predadores? Tomara que não venha aqui, agora, um daqueles de
corpo esbelto, de andar rápido, silencioso, elegante, unhas afiadas, sutil e
cruel... muito sutil e muito cruel!
Então, tão exausto quanto dolorido, Tiquinho fechou os olhos e
seu pensamento voou para quem ele nunca vira, de quem por vezes esquecia, mas
cuja existência, poder e sapiência conhecia muito bem através da existência das
flores tão belas e doces, colocadas na natureza à sua disposição e alcance.
—Ei! Você que me criou! Olhe para baixo! Sei que não deveria ter
entrado nesta caverna, mas entrei. Entrei por que... porque sou uma simples e
tola criatura! Mas Você sabe disto e eu sei que posso contar com Você:
valha-me!
Passado um espaço de tempo que para Tiquinho pareceram horas
intermináveis, uma mão forte sustentou com cuidado seu frágil corpinho ferido e
o colocou num lugar onde ficasse a salvo dos predadores e, de quebra, onde ele
pudesse sentir o sol e ouvir o canto de outros pássaros.
Tiquinho adormeceu tranquilo e sonhou que estava novamente voando
e beijando as flores.
Que belo e comovente conto Jan.
ResponderExcluirAcredito que todos temos, de um modo ou de outro, nossas fragilidades. A diferença está em como lidamos com elas.
Bom domingo pra você.
Oi Chris
ExcluirFoi bem difícil lidar com a cadeira de rodas... mas, foi naquela fase que eu mais escrevi, apesar de não conseguir manuscrever.
E VIVA O TECLADO!
E VIVAM MEUS INDICADORES (que "catam milho";-)!
Abração
Jan
ResponderExcluirOlá JAN,
Tudo bem?
Passando para matar a saudade.
Adorei o conto.
Nada devemos temer quando temos fé e Deus no coração. ELE sempre
nos acolherá, como PAI amoroso que é.
Beijão.
Oi Vera Lucia,
ExcluirEu sempre vou lá e tento... mas seu blog não 'facilita' pra mim;-)))
ELE sempre nos recolherá e acolherá.
Fico tão feliz de te ver por aqui!!!
Abração
Jan
Parabéns minha amiga um conto encantador, gostei do final eu creio que muitas vezes é isso que ocorre em nossas vidas Deus nos pega com suas mãos fortes e nos coloca no alto livre dos predadores.
ResponderExcluirOi Patrícia, que bom que vc gostou do conto!
ExcluirTenho absoluta certeza da proteção de Deus.
Abração
Jan
Oi Jan, fiquei comovida com a narrativa. Eu que tenho uma calopsita fiquei a pensar nela assim machucada, nossa... Me deu um nó na garganta. Contudo querida amiga, eu acredito num bem maior, no Criador de todas as coisas, Deus - que tudo pode e sempre cuida de todos debaixo do sol!
ResponderExcluirBoa semana querida!
beijos de afeto da Lu
Oi Lu, já vi um casal de calopsitas "trabalhando" num lar de idosos (Atividade Assistida por Animais) e me apaixonei por aquelas aves passeando de ombro em ombro.
ExcluirÉ... todos tem direito ao Sol, né?
Abração
jan
Boa tarde, querida amiga Jan.
ResponderExcluirQue lindo conto!!
Eu adoro pássaros. Os animais, em geral.
Aqui aparecem muitos, por causa das árvores.
Tenha uma bela semana abençoada.
Beijos.
Oi Amapola, linda!
ExcluirPássaro voando é tudo de bom!
Eu tenho cachorrinhos metidos a caçadores;-) então pus telas em todas as portas e janelas.
Aqui também tem muito pássaro e não encontrar nenhum 'estatelado' no chão;-)
Abração e obrigada pela visita.
Jan
Oi Jan,
ResponderExcluir"Olhai para as aves do céu, que nem semeiam, nem segam,
nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta.
Não tendes vós muito mais valor do que elas?"
bjsss
É... pois é, né Anna.
ExcluirObrigada por reavivar minha fé!
Abração
Jan
Minha amiga que conto maravilhoso. Que a Mão de Deus esteja sempre presente na nossa vida nos momentos de aflição e nos dê a Paz que o Tiquinho sentiu.
ResponderExcluirObrigado pela sua visita.
Nas asas da amizade envio um abraço apertadinho e um grande beijinho.
Maria
Olá Maria, que bom que passou por aqui... que bem que vc gostou do conto.
ExcluirÀs vezes tenho que "falar" comigo mesma, pra lembrar que existe MÃOS FORTES...
Abração
Jan