Estive assistindo o programa Encontro com Fátima Bernardes,
onde se discute se a terminologia usada para definir a pessoa “diferente”
interfere na intensidade do preconceito absorvido pelo “diferente”.
Lembrei-me então de que, em 2001, lancei um livro chamado
“NA PERIFERIA DA VIDA ?”
cujo assunto eram as pessoas diferentes, chamando-NOS (inclusive a mim mesma...) de EXCEPCIONAL...
prevendo que o uso dessa terminologia causaria polêmica entre os “diferentes”
envolvidos no livro, inicio-o compilando a definição contida no dicionário
Aurélio:
“1. Em que há, ou que constitui ou envolve exceção... 2. Que
goza de exceção; privilegiado... 3... 4. Excelente; incomum; extraordinário...
5. Med. Diz-se do indivíduo que tem deficiência mental (índice de inteligência
significativamente abaixo do normal), deficiência física (mutilação,
deformação, paralisia, etc), ou deficiência sensorial (cegueira, surdez, etc. )
e, por isso, incapacitado de participar em termos de igualdade do exercício de
atividades normais....... (ver pág. 857 de NOVO AURÉLIO SÉCULO XXI).
OBS: O
livro não se refere aos deficientes sensoriais, não porque as agruras sofridas
no dia a dia de cada um destes deficientes seja menor... mas, simplesmente por falta de experiência
pessoal, já que o NA PERIFERIA DA VIDA?não é um livro técnico. Foi elaborado através de
intenso trabalho de pesquisa empírica através de relatos pessoais e profissionais.
Ouvindo algumas pessoas presentes, e também considerando a minha posição pessoal, posso dizer que o importante mesmo é a maneira como somos considerados a nível pessoal.
Por exemplo, meu sobrinho Fernando e eu costumo dizer que ele é 'meu bobinho preferido' e este tratamento nunca incomodou os familiares, pois eu o conquistei... às vezes, ele "magoa", e explica que "a tia não anda mais".
Enfim, nós dois somos excepcionais e a contracapa do livro traz a foto de nós dois juntos.
A alegria do Fefe quando se viu na do livro é inenarrável e não tem preço.
O livro causou polêmica e foi bastante desagradável: um dos excepcionais a quem pedi uma contribuição impôs a condição de que eu tirasse a expressão do livro...
Até balancei e cheguei a cogitar abortar o livro, mas mantive minha posição e a gestação do livro foi até o final.
NASCEU! Comprove CONFIRA AQUI
Diferenças sempre haverão dentro de nossas semelhanças e certas terminologias acabam sendo mal interpretadas, fazer-se o quê?Seguir nossa intuição diante do que nos propomos...isto mesmo que vc realizou, Jan.
ResponderExcluirParabéns\0/.Mais tarde irei lá conferir.
Bjos,
Calu